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Traseiro na Cadeira

No mundo moderno, existem três relações básicas que se desdobram em tantas outras, e que são significativas à vida de qualquer cidadão brasileiro. Primeiro a relação educacional que define um modo de sociabilização e de estratégia da comunidade buscar a sua autonomia. Afinal, há muito se entende que o conhecimento é poder, know-how, franquia, ou dinheiro. Contra o pragmatismo do sistema de produção que tenta “coisificar” o papel da Educação, existe a persistência dos que, ainda, ultrapassam a idéia de simples valor monetário na construção do saber.

Em segundo, a relação econômica que tem no capitalismo todas as implicações do mercado globalizado, e os resultados de negociações, que sob significativas pressões já avançaram muito nas últimas décadas. Destaque as que defendem a qualidade de vida. A guerra é intensa, mas várias batalhas são vencidas contra a corrupção, a degradação do meio ambiente, a miséria e a injustiça.

A terceira relação é a organizacional que reflete as anteriores. É a divisão do trabalho nas empresas, que por sua vez possui quatro componentes integradas: a responsabilidade, a autoridade, a amplitude de ação e a remuneração. Todas as empresas que mobilizam as pessoas em “tempos e movimentos”, administram continuamente a otimização destes fatores, para que produzam a qualidade e produtividade necessárias no negócio. Gestão é a palavra da moda que resume tudo isso e quase impossível de ser alcançada por alguns setores públicos.

Da combinação destas três relações, surge outro conceito em voga: Competência, que até possui máxima popular: “Quem não tem competência,…”. Ela é a bússola ou o mapa da mina, pois queremos competência para romper barreiras e obter resultados. Porém, cuidado se deve ter com a visão reducionista que desconsidere aspectos culturais e valores sociais em favor do instrumental, visando só o melhor custo-beneficio.

A vinculação com tecnologias de rápida apreensão e funcionalidade como a Informática (Interatividade na Internet, simulação, resolução e planejamento, dentre outras aplicações), aponta para um aparato tecnológico (computadores, EAD, Telemática, processos multimídia) de valorização e reprodução social das características da ciência voltadas ao mundo do trabalho. Novos significados vão surgindo, padrões são alterados, modelos projetados, e até um sentimento de nostalgia acompanha tudo isso. Saudosismos à parte, ninguém abre mão da qualidade tecnológica de vida que o acompanha. Da medicina aos entretenimentos, passando pela transformação, compreensão e apreensão de novos conceitos na educação formal, o ritmo frenético das mudanças que a sociedade impõe, é o reflexo da sua fome na satisfação de seus próprios desejos.  A solução dessa equação, formação de competências e tempo, dentre tantos outros, é o maior desafio de todos nós, principalmente dos responsáveis pelo planejamento social.

Mas afinal, o que esse título tem haver com o artigo? Tudo, pois não é dessa forma que apontamos atualmente a letargia e comodismo dos que não buscam alternativas? Fora alguns passos de formiga, o quê o governo do PT fez para enfrentar o desafio acima?

Márcio Bambirra Santos
mb@mbambirra.com.br
Professor

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