Assim Caminha a Humanidade
As macro-variáveis sociais como segurança, saúde, educação, dentre outras, sempre guardaram uma elevada correlação com o desempenho econômico. Para muitos, a Economia é uma ciência exata onde 2+2 nunca é igual a 4 que, apesar de ter um matemático do calibre de John Nash Jr., ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1994, e que por suas doideiras caiu nas graças de Hollywood (Uma Mente Brillhante, 2001), aponta os rumos da competência de uma nação. Mas, indicar não é chegar lá. Traduzindo do economês, a relação é uma só: a microeconomia (empresas) pode fazer tudo o que manda o moderno figurino da gestão, mas não conseguirá ultrapassar 30% de competitividade com relação a quem nada fez. Os outros 70% estão resguardados na chamada política macroeconômica do governo, ou seja, nos juros, câmbio e carga tributária. Esses sim, moto continuum da máquina do estado. Quem não entende essa relação, continua acreditando que a estabilidade político-social se faz com discursos bonitos, inflamados, Dudas e Valérios de montão, e uma pitada de investimentos _0,5% do orçamento nacional_ que justificam os passos de formiga e sem vontade das pessoas. Haja Lulu! No contexto, a última vogal vale muito… O que podemos esperar da geração de empregos à população e aumento da renda dos trabalhadores brasileiros, nesta economia globalizada e crescentemente competitiva?
Se o cenário mundial é perturbador, apontando muitas transformações na ordem social e tecnológica de paises e empresas, internamente algumas iniciativas são pró-ativas como a estruturação da Rede Nacional da Gestão Rumo à Excelência, com mais de 50 instituições em todo o Brasil, buscando esquadrinhar as performances de processos e lideranças. Afinal, 30% de diferencial no mercado, já pode ser considerado um filé, para quem espartanamente vem roendo o osso.
O arsenal é variado e vai desde a implantação de padrões classe mundial como as Normas ISO (embora o país lidere a certificação na América do Sul, nosso continente não chega a 5% do total de certificações existentes na Europa), passando por Sistemas e Projetos Integrados de Informações, métodos e técnicas da Qualidade, Planejamento Estratégico, até os Critérios da Excelência empresarial.
Em Minas Gerais foi criado o Programa Mineiro de Qualidade e Produtividade, PMQP, que desde 2003 administra o Prêmio Mineiro da Qualidade (PMQ) e no ano de 2005 lançou o Prêmio de Gestão Ambiental (PMGA). Possui uma característica impar, além da avaliação dos ditames dos prêmios, que é a implantação e diagnóstico dos critérios de desempenho do modelo organizacional. É um programa dentro de outro programa: Projeto de Gestão da Qualidade Rumo à Excelência (PGQE). Embora ainda circunscrito a nichos econômico-industriais como o siderúrgico, metalúrgico e metal-mecânico, deve ser ampliado para outros setores, dinamizando a própria administração do programa e o conteúdo técnico ora definido. Dessa forma, para atender a comunidade empresarial mineira que clama maior competitividade no mercado nacional e mundial, é necessário a re-oxigenação de um ambiente, inicialmente climatizado na engenharia, e que sem demora, deve incorporar as contribuições de diversos profissionais de distintas especializações. Afinal, gestão também é ética e sociedade. E o país inteiro precisa de um choque de gestão.
O momento é propicio, considerando a seriedade das coordenações dos programas que visam as melhores práticas e padrões de trabalho. que vem enfrentando muitos desafios. A arrancada inicial teve a ver com um critério médico: primeiramente não prejudicar, que provém do emprego de novas drogas em seres humanos, isto é, que elas não prejudiquem o paciente. Mas, sem contemporizações que nos faça ficar repetindo a letra da música de Lulu Santos do titulo acima. O importante é dar maior volume e robustez a uma iniciativa que pode ser desdobrada em todo o país. O futuro agradece.
Márcio Bambirra Santos
mb@mbambirra.com.br
Professor